COMO TIRAR A LIMALHA DE FERRO DO OURO EM PÓ

Os termos "ouro rachando" e "ouro ressecado" são comuns no cotidiano do ourives. Uma das causas desses problemas é a presença de limalha de ferro, que é inadvertidamente misturada ao ouro durante o processo de fundição. Isso ocorre ao utilizar o pó de ouro ou prata remanescente de uma manufatura sem a devida limpeza para remover a limalha de ferro.

A limalha de ferro consiste em resíduos soltos de limas e outras ferramentas utilizadas durante o trabalho, sendo um pó de ferro extremamente fino. Quando esse resíduo não é removido, e o metal é fundido com a limalha de ferro presente, o ouro pode tornar-se quebradiço e propenso a rachaduras.

O procedimento de remoção da limalha é simples e essencial. Utiliza-se um ímã para separar a limalha do ouro, pois o ouro, por não ser um metal ferroso, não adere ao ímã. Esse processo deve ser realizado obrigatoriamente sempre que for realizar a fusão do pó de ouro ou prata, garantindo a qualidade e durabilidade do metal resultante.

Vamos analisar o passo a passo:

1. Preparação das Sobras de Ouro:

   • As sobras de ouro são depositadas em uma pazinha.

2. Queima com Maçarico:

   • Utilizando um maçarico, a chama é direcionada para o fundo da pazinha, evitando contato direto com o pó de ouro.
   • Observa-se que o pó de ouro fica avermelhado durante o processo. Quando atinge esse estágio, deixa-se esfriar.

3. Propósito da Queima:

   • A queima do pó de ouro tem como objetivo desgrudar a limalha de ferro, utilizando a alta temperatura. Esse passo é crucial para separar os dois componentes.

4. Utilização do Ímã:

   • Após a queima, o ourives usa um ímã para atrair e separar a limalha de ferro do pó de ouro.
   • Uma tampa de plástico é empregada para facilitar o processo.
   • A limalha retirada do ímã é escovada para outra parte da gaveta.
   • O processo é repetido várias vezes, passando o ímã sobre o pó de ouro até não restar mais limalha no material.

5. Armazenamento da Limalha:

   • A limalha de ferro retirada do ímã é guardada em um recipiente.
   • Essa limalha ainda contém ouro e será purificada posteriormente com ácidos para permitir seu reaproveitamento.

Na imagem anterior, é possível observar a limalha que aderiu ao ímã. Essa limalha deve ser armazenada em um recipiente, pois ainda contém vestígios de ouro. Para possibilitar seu reuso, será necessário realizar um processo de purificação utilizando ácidos. Esse passo é essencial para assegurar a qualidade e a pureza do ouro recuperado a partir da limalha.

A fundição do pó de ouro:

Na imagem anterior, apresenta-se o pó de ouro, já devidamente limpo e acrescido de Bórax Anidro, preparando-se para o processo de fusão a fim de ser reaproveitado em outra peça. A escolha pelo Bórax Anidro, em detrimento do Bórax comum, é justificada pelo fato de que o Bórax Anidro não expande nem cresce durante o processo de fusão. Essa característica é crucial, pois evita que o ouro escape do cadinho, garantindo a eficiência do procedimento e minimizando perdas. 

Informação crucial: Após utilizar o ímã para separar a limalha do pó de ouro e ao coletar o pó para o processo de fusão, evite utilizar a mesma pazinha que foi utilizada na queima. A presença de ferrugem na pazinha pode contaminar novamente o ouro. Portanto, recomenda-se o uso de uma pazinha limpa e livre de resíduos para garantir a pureza do metal durante todo o processo.

Dica valiosa: Pedaços inteiros de ouro e prata não requerem o processo descrito, sendo necessário apenas para o pó. Nesse caso, uma peneirinha pode ser utilizada para realizar essa separação de maneira eficaz. Essa prática simplifica o procedimento, sendo uma abordagem prática e econômica para a recuperação de metais preciosos.