BIGORNA

A bigorna, embora não seja uma ferramenta convencionalmente associada à ourivesaria, encontra aplicação em diversas atividades. Utilizada para desamassar, modelar e desempenhar outras funções específicas, alguns profissionais optam por incorporá-la em seu conjunto de ferramentas. Pessoalmente, não a utilizo, mas reconheço seu valor em atividades como a cutelaria, onde uma bigorna pode ser uma ferramenta útil e versátil. Se encontrasse uma opção de boa qualidade a um preço acessível, consideraria adquiri-la para outras finalidades além da ourivesaria.

A propósito, teve uma vez em que eu atuava como assessor e vendedor na forniture, e um cliente solicitou uma bigorna. Enviei o orçamento com a imagem do produto, mas o indivíduo retornou o contato quase indignado, alegando que eu tinha cotado outra ferramenta que não era a solicitada. Achei estranho, verifiquei o orçamento e estava correto. Pedi ao cliente que enviasse uma foto ou desenhasse a ferramenta desejada para que eu pudesse ajudá-lo. A resposta que recebi foi a foto de um tribulet redondo comum. Indaguei sobre isso e expliquei que, na verdade, a ferramenta era um tribulet redondo de 400mm. No entanto, o indivíduo não quis saber de conversa e manteve-se teimoso.

A moral da história é que entrei em contato com um amigo da mesma cidade e perguntei se o tribulet era apelidado de bigorna na região dele. A resposta foi negativa; era apenas uma falta de conhecimento do próprio conterrâneo. Portanto, se quiser chamar seu martelo de chicória, tudo bem, mas evite sair por aí pedindo chicória e esperando receber um martelo.