O desdém X admiração
Sempre deixo mensagens positivas para quem está começando. Às vezes para orientar tecnicamente, às vezes só para mostrar que é possível sobreviver ao início. Não é incentivo de coach — desses que nunca limaram uma peça, mas ensinam “mentalidade vencedora” em vídeo vertical — e sim relatos de situações reais que eu mesmo vivi na bancada.
O mais pitoresco é observar certas figuras, hoje “evoluídas” técnica ou artisticamente, tratando o blog com um desdém quase aristocrático (são pessoas que já assessorei), como se ele fosse um detalhe irrelevante da história. Curioso, sobretudo porque muitos chegaram onde estão pisando em degraus que fingem não enxergar.
Outro dia, um coach de Instagram — desses que confundem algoritmo com conhecimento — entrevistava um professor importante e o apresentava solenemente como “pioneiro da internet”. O próprio professor, com honestidade intelectual, tratou de desfazer a encenação na hora: “Não. Os pioneiros são o Ourivesrock e o Gelson.”
E a vida costuma ter esse senso de humor.
Não se trata de recalque, mas de história. As coisas não brotam do nada, não caem do céu nem surgem com filtro e legenda. Elas são construídas, empurradas e sustentadas ao longo do tempo — ainda que alguns prefiram reescrever o roteiro para não precisar aplaudir quem abriu o caminho.
O legal é que caras "fodasticos" de pequeno, médio e grande porte como esse professor citado acima são admiradores do blog.
A conclusão desse texto é que sempre existirá a ingratidão, mas sei que o ingrato colhe a ingratidão, já a gentileza é premiada com sucesso.
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