Por não ter aquela proteção costal, pesava muito e não era nada anatômica. Hoje, uma mochila adequada seria meu primeiro investimento. Lembro-me dos primeiros acampamentos, um monte de moleques que só levava a barraca, o colchonete, roupas, cigarros e bebidas. É óbvio que nada fazia muita diferença, e o aperto era passageiro, mas se fosse num lugar mais remoto a coisa ia ficar feia.
Barraca:
Uma boa barraca, que não seja muito pesada e nem muito pequena, pois acampamento não é sobrevivência na selva, e se for uma barraca minúscula vai ser complicado. Uma vez ficamos em dois numa barraca de duas pessoas, e quando choveu foi um sofrimento, pois a coisa ficou abafada e para sair era um terror, mal cabiam as mochilas. Tive também uma barraca tipo canadense, que, apesar de ser robusta, era muito abafada e muito pesada.
No calor, era insuportável ficar dentro da barraca, a não ser que houvesse uma árvore generosa de sombra; eu costumava tirar a cobertura da barraca para poder ter um pouco de ventilação. Depois, comprei uma barraca iglu, marca Capri para 4 pessoas (na verdade é para duas com conforto). Na época, custava uma fortuna, pois era uma novidade. Mas essa sim valeu a pena e está até hoje comigo, já faz quinze anos.
Essa foto acima é da internet, mas é exatamente a barraca que tenho hoje. Não consegui achar as fotos da minha barraca montada, enfim... A barraca é compacta e leve, abaixo a foto da minha barraca desmontada e acondicionada, mais ou menos 3 quilos.
Uma lona um pouco maior que a barraca e outra de pelo menos 3x3 metros são cruciais como complemento, além de um kit para reparar a barraca.
Lanterna:
Extremamente essencial no acampamento, hoje temos essas lanternas modernas com LED e não com lâmpadas comuns. São leves, potentes e a carga dura muito tempo, ao contrário dos "faroletes" com 3 pilhas grandes, pouca luz e pouca duração de carga; as pilhas eram caríssimas. Hoje eu tenho e recomendo essa lanterna fantástica da marca Raiovac. É uma lanterna leve, potente (19 LEDs), tem uma autonomia de até 24 horas (16 horas para carregar), além de ser híbrida, funcionando também com 3 pilhas AA com a mesma autonomia de 24 horas.
Uma mini lanterna para usar dentro da barraca é excelente, ou mesmo uma lanterna de cabeça. Eu tenho essa mini lanterna à prova d'água que ganhei de um amigo e recentemente comprei uma lanterna de cabeça da Nautika que me deixou muito satisfeito. Uso em tudo, principalmente para pescar à noite e ter as mãos livres para colocar a isca.
Essa lanterna de cabeça possui oito LEDs e pode ser usada em três fases: 2 LEDs / 4 LEDs / 8 LEDs. Ambas usam 3 pilhas alcalinas AAA.
Faca, Canivete, Facão:
Num acampamento ou pescaria mais selvagem, é necessário ter uma boa faca e até mesmo um facão; um bom canivete também é essencial. São inúmeras as utilidades desse equipamento. Usei muito um canivete suíço made in China, que, apesar de não ser original, é um guerreiro. Outra parceira de mais de 25 anos é a faca Amazonas da Tramontina, robusta e resistente. Enquanto não sobra dinheiro para comprar uma faca do amigo Alexandre Voss, vou me virando com ela e sua irmãzinha mais nova.
Basta apenas um canivete com a capa, para prender na cintura (na cinta).
Esses abaixo, são os preferidos.
Também tenho esse kit abaixo, tudo importado de Marte; meu velho colete de couro virou uma bainha maluca.
Faca Mora Companion Heavy Duty Laranja - Aço Carbono.
Acabei de comprar essa faca no Mercado Livre, achei-a excelente. Optei pela cor laranja pela facilidade de encontrá-la até no escuro; a outra cor era cinza escuro, e só quem já fuçou pelo mato sabe como é fácil perder as coisas. Eu já perdi um facão gigantesco e só fui achar em outro dia. A faca Mora Heavy Duty, assim como a Mora Robust, possuem a espessura da lâmina de 3 mm, enquanto as outras são de 2 mm. O aço, optei pelo carbono, pela facilidade de afiar em relação ao aço inox.
Cantil: o cantil é item obrigatório se acampar em lugares mais remotos e onde a água é de fonte natural. Um bom cantil é indispensável. Uma vez acampamos no litoral em um lugar muito bonito, mas sem nenhum recurso. A água que tínhamos comprado acabou rapidinho, e as garrafas plásticas de água acabaram virando nosso recipiente de água. O duro era caminhar com uma garrafa de 1,5 litros pesando na mão, além do que a garrafa acabava se sujando com a areia da praia. Além disso, a bica de água ficava a uns 500 metros do acampamento. Outro problema era o risco que corremos, pois, apesar dessa água ser de nascente, não sabíamos se era potável e segura para beber. Hoje temos esses comprimidos de cloro que são vendidos no mercado e custam baratinho, eliminando o risco de uma diarreia ou algo pior.
A maioria dos cantis que se encontra no mercado é pequeno, geralmente de 900 ml e 1 litro. Eu já tinha um cantil plástico de 900 ml e comprei recentemente esse cantil da foto com capacidade de 1,8 litros, feito em alumínio e com alça para transporte. Excelente! Reforcei as costuras e fiz uma proteção externa com um pedaço de jeans, além de colocar uma borracha para vedar a tampa, pois a mesma não era totalmente vedada.
Esse abaixo é o cantil antigo, na verdade uma garrafa térmica da marca Aladdin, com capacidade para 900ml, mas um ótimo item.
Uma varinha de pesca se tiver onde pescar!
Um afiador de facas da Nautika ATUALIZANDO, não presta!Come o metal e não afia nada!
Uma pederneira, para o caso de acabar o isqueiro ou os fósforos.
Esses dois amigos abaixo (repelente e protetor solar) são, sem dúvida, a melhor dupla para branquelos e alérgicos à picada de insetos, como é o caso desse que lhes escreve. Eu acrescentaria também uma pomada à base de Calamina para queimaduras de sol. Eu já passei por isso na primeira vez que estive na Ilha do Mel, PR, em 1990. Passei mal pacas! Parecia que centenas de agulhas penetravam minha pele, calafrios e um mal-estar insuportável, tudo por causa do excesso de sol.
Uma linha e um jogo de agulhas são providenciais para reparar uma roupa ou até a barraca.
Alguns metros de corda, essa da foto é fina e extremamente forte, serve para esticar a lona sobre a barraca, entre outras inúmeras utilidades.
Um kit médico com tudo que for possível e necessário (antialérgico, antitérmico, analgésico, antiséptico, band-aid, faixas e ataduras, gases, esparadrapo, colírio, antiácido, etc).
Existem no mercado essas pequenas bolsas, muito úteis para separar os itens como material de higiene pessoal (pasta e escova dental, cortador de unha, tesoura, sabonete, shampoo, etc.), material extra como corda, facas, lanternas, material de fogo, etc.
Encontrei essa bolsinha de couro (também chamada de nécessaire), onde vão itens de higiene pessoal como sabonete (com saboneteira), creme e escova dental, cortador de unha, um mini canivete, fio dental, barbeador e pinça para tirar sobrancelha. Essa pinça será usada no caso de ter que tirar uma ferpa de madeira ou um espinho de peixe enfiado na pele. Acredite, isso é muito comum e essa ferramenta é a melhor nesses casos. Não está aí na foto, mas um pente e um pequeno espelho são recomendados. Não é só uma questão de vaidade; imagine se você tem um cisco no olho, vai fazer o quê no meio do mato? Outra coisa, a escova dental que tirei a foto não é a ideal. Tirei a foto apenas para ilustrar. O ideal é aquela escova que tem uma capinha plástica para proteger.
Não que isso seja algo extremamente necessário, mas uma bússola não é exagero nenhum. Essa da foto é de 1,99 e funciona muito bem.
Mini serrote Tramontina:
Comprei há pouco pela internet depois de ver uma recomendação no YouTube do grande Gasparello e seu site Tocandira. Achei muito bom, para poda e para serrar pequenos galhos para fogueira é excelente.
Fiz uma bainha, pois imagino que ter as mãos livres para caminhar pelo mato é melhor do que carregá-la ou até colocá-la no bolso. A bainha ficou show, bem justa, dispensei até o botão de pressão.
Aqui abaixo o serrote encaixado na bainha, uso a cordinha pra sacar.
Minhas botas:
Esse abaixo é um Kildare Stradero, e pelo jeito é indestrutível, pois já tem mais de 20 anos. Confortável, porém um pouco pesado.
Acabei de comprar essa bota da Airstep. Não é impermeável, mas sim resistente à água. Bem confortável, mas ainda está virgem. Quero ver como vai ser no mato. A bota é linda e muito bem acabada. Tem gente que fala bem, tem gente que fala mal, então vamos ver qual é realmente.
Outro detalhe é a loja onde comprei (http://www.qgairsoft.com.br). Preço excelente e envio super rápido. Eles têm um sistema que vai avisando automaticamente onde está o Sedex, além de ser envio gratuito.
Comprei também essa bota impermeável Titã. Muito robusta e bastante confortável, porém o número ficou grande. Eu estou acostumado a usar o 42, que fica um pouco folgado no pé (bem pouco), mas essa bota ficou muito grande no 42, e aí tive que trocar pelo 41 que ficou ótimo. Comprei na Dafiti pois foi o melhor preço, a entrega gratuita e rápida, a troca também, sem problemas e o reenvio por conta deles.
Pois é, meus caros, a lindíssima e confortável bota Titã me decepcionou. Na terceira vez que peguei chuva com ela, entrou um pouco de água. Após isso, já em casa, a lavei e botei para secar e, adivinhem, descolou até a metade da sola. E olha que não fiz nada pesado. Se estivesse numa trilha no meio do mato, ia estar ferrado.
Comprei mais uma bota da marca Vento, dessa vez a Hawk Dry, bota impermeável, muito leve e confortável, palmilha Geo e uma sola muito aderente. Estão encerrando a fabricação dessa bota, então aproveitei a ocasião e o preço.
Comprei junto a meia Selene para uso em trekking, adquiri na Arco e Flecha, tudo muito rápido e com frete grátis acima de 300. A meia veio em um número pequeno, não sei se foi por vacilo meu ou erro da loja, mas mesmo assim ficaram excelentes para o meu pé 41.
Bainha para minha machadinha
Tenho uma pequena machadinha, muito útil no mato, mas muito ruim para transportar. Então, pesquisando e copiando ideias do YouTube, adaptei dois modelos e fiz uma de acordo com o meu gosto. É lógico que ficou bem amadora, pois não domino a arte da selaria. Recomendo o canal do Royal Pesca; tem muitos tutoriais para trabalhar com couro, muito bom (https://www.youtube.com/channel/UCjS_clyjfDlmxpp0Ny_IXlw). Vejam as fotos:
Essa faixa de couro ia ser um porta lima, mas não ficou legal e pra não ficar mexendo deixei como esta.
Já encerada e pronta para uso
Deixo bem explicado que não sou especialista e sei que existem botas próprias para trilha selvagem,mas como não sou profissional uso o que tenho à mão (ou ao pé) se fosse para um lugar desconhecido,com certeza investiria numa bota Nomade,Quechua ou uma Salomon.
Eu não falei sobre colchão ou saco de dormir. Antigamente, eu tinha um colchonete de solteiro, era fino e até confortável, pois tinha uma espuma bem dura e, de certa forma, tirava a sensação de estar deitado direto no chão. No entanto, hoje o mercado oferece várias opções para esticar o esqueleto.
Pretendo comprar em breve um colchão de casal inflável, afinal, não vou me aventurar numa selva desconhecida levando uma faca e três fósforos. Apesar de admirar esses aventureiros selvagens como Giuliano Toniolo, Léo Rocha e outros, esses são especialistas extremamente treinados e preparados. Eu sou apenas um ourives meio fora de forma.
Sei que deve ter faltado alguma coisa por aqui, mas se quiser se aprofundar no assunto, procure quem entende. Eu indico esse site:
http://sobrevivencialismo.com/